segunda-feira, 28 de maio de 2007

Arturius Mineirus, o cabuloso.

Era uma noite especial. Um de nossos amigos estava aniversariando: Arturius Mineirus. Este, um filósofo renomado e conhecido dentre os filósofos boêmios, tem uma participação enorme no campo da filosofia etílica. Foi o precursor do neologismo RISOS (do latim, RISVS) e, portanto, de uma complexa linha de pensamento que serviu de alicerce para o desenvolvilmento de outras teorias e incursões filosóficas que fazem parte do nosso cenário. Pois bem, esta noite Arturius nos convidou para comemorar no melhor estilo: em uma taverna, realizando o culto. Esta taverna não é muito familiar para nós. Ela se localiza na parte central da cidade. Se chama "Melting" em homenagem à Sir Marek III, que quando visitava o condado Gaulês dos Le-Gaulize, saia falando "TÔ DERRETENDO, VÉÉÉII!".

Hipócrates e Heródites se fizeram presentes na realização do ritual. Porém, Heráclides não pôde comparecer devido a uma pesada meditação no Farol de Alexandria que demandou uma enorme carga de horas.

Em uma mesa extensa, todos estavam sentados degustando o mais precioso dos líquidos.

Porém, o culto tomou outras proporções e ficou fora de controle quando Arturius cometeu um dos pecados capitais boêmicos: misturou fermentados com destilados. A virtuosidade que Arturius demonstrava em suas crônicas feitas na hora era algo fora do comum. Porém, sabíamos que algo estava errado. Sua fala estava lenta. Seus olhos não conseguiam abrir-se como antes. Sua pupila dilatada. Foi diagnosticado: ele estava em transe (estado chamado por nós, filósofos, de TORTO ou BÊBO PA CARÁI, do latim, respectivamente TORTVS e BEBVS PACARAIVS).

Logo depois de uma AVALANCHE de teorias sobre a humanidade e suas fraquezas, Arturius nos convidou para participar de um antigo esporte greco-romano que consistia em viradas de doses de Líquido Dourado de Pobre e, após a virada da dose, o arremesso do copo que carregava o VENENO AMARELO. Logicamente, os empregados das tavernas proíbem tal esporte. Mas foi tudo na surdina (leia-se: MOCADO..). Enfim, após o arremesso do segundo copo, Arturius solta um alto e sonoro "SENHORES.. GORFAREI". À partir daí, o iminente havia se consumado como fato: Perda Total (do latim, Perdivs Totalivs). Carregado para fora da taverna, lombramos entre nós mesmos: ÉÉéééé... SINISTRO!

sexta-feira, 11 de maio de 2007

como dizia napoleão bonamalte: dividir e freqüentar...

(...) Mais ao sul, encontramos o subterfúgio dos excluídos de todas as tavernas da cidade. Lá encontramos vários anciãos de todos os tipos e credos. Ao adentrar-se nesta taverna, que leva o nome do grande CAÔZEIRO do DESERTO (vulgarmente chamado de Moisés), percebe-se a existência de uma aura. Uma aura que te induz a não ficar por muito tempo. Talvez pela energia dos anciãos que ali estão, ou talvez pelo fato de que os petiscos ali servidos (as especiarias árabes, por exemplo), são maiores que os copos destinados a carregar o líquido sagrado. Reza a lenda que nenhum filósofo conseguiu fechar a taverna do CAÔZEIRO do DESERTO. Sempre eram impelidos a se recolher para uma súbita e densa meditação em seus lares.

Mais ao sul ainda, encontramos outra taverna árabe. Esta, não nos agrada de forma alguma. Os freqüentadores assíduos desta taverna (que leva o peculiar nome de BAY ROOT, que significa Raíz da Baía, ou MANDIOCA, ou GUEROBA) são pessoas do mundo obscuro, dos devaneios. Esta taverna está localizada no condado de C'ent Nove Soul, onde são realizadas reuniões de membros de uma religião peculiar chamada Travecquism, cujos participantes utilizam vestimentas femininas para agradar os deuses. Por serem pagãos, os Travecquistas são constantemente perseguidos pela Santa Inquisição dos CABRA-MACHO. Além dos Travecquistas que ali existem, também encontramos pobres alquimistas, druidas e sacerdotes desvirtuados que mexem com uma poderosa erva capaz de causar um transe digno somente de MALUCÕES DA ESPLANADA (um condado onde, desde os primórdios, foi povoado por um clã gaulês chamado 'LE-GAULIZE').

Estes não são todos. São apenas a ponta do iceberg. Futuros recintos ainda serão caracterizados e destrinchados aqui, no etilicamente falando. Nós, os filósofos boêmios peregrinos, estamos no começo de uma longa jornada de mapeamento desses altares que compõem nossa cidade. Esperamos que, nossas crônicas do mundo boêmio ajude-o, caro leitor, a descobrir os prazeres da degustação do mais belo e saboroso dos líquidos. (...)

quinta-feira, 3 de maio de 2007

tavernas, templos e maravilhas locais...

Apresentado o início de tudo, farei agora uma breve e sintetizada análise da realidade boêmia de nossa cidade, apresentando tavernas, moquifos, especiarias, maravilhas locais, etc.

Comecemos por uma taverna árabe de médio porte (muito freqüentada por Libaneses) que se localiza na região Centro-Sul. Esta, conhecida (e MUITO) por nossas pessoas, já ganhou nossa preferência no quesito 'taverna para filósofos'. Inclusive, a mesma, ganhou o prêmio 'taverna mais BOMBADA da sexta feira (exceto quando tem Bruno e Marrone na granja)' com louvor. Ano passado ocorreu um empate técnico com uma taverna de vikings extremamente arrojada e rústica, chamada 'Bladder', que por sua vez, está localizada à alguns metros da taverna árabe. Somente verdadeiros guerreiros freqüentam esta taverna devido às belíssimas ninfas que têm por hábito realizar rituais que envolvem danças ao redor das mesas. Dizem, os guerreiros, que o som das músicas dos rituais é terrível, ensurdecedor e é capaz de fazer os mais bravos fraquejarem. Outros dizem que as ninfas são tão exóticas e sensuais, que hipnotizam os garçons fazendo com que seu pedido nunca chegue. Nunca mesmo.

Ao oeste do recinto árabe, encontramos uma taverna requintada, cujos freqüentadores são, em grande parte, marinheiros, homens que desbravam o desconhecido a fim de encontrar outros caminhos onde ninguém nunca esteve. Esta taverna é conhecida por ser um ponto de encontro desses desbravadores para uma viagem ainda a ser definida, por isso esta taverna nunca está cheia. Lá encontramos as mesmas coisas que em qualquer taverna comum, tirando o fato de que, existe uma lenda que diz que, os homens que bebem do líquido sagrado daquele solo, contraem uma temporária perda de equilíbrio e inevitavelmente esbarram nos outros transeuntes e ninfas ali presentes. Eu mesmo, Hipócrates, já cometi um dos pecados mais imperdoáveis: derramei meia caneca do santo líquido em uma ninfa do litoral que ali estava. Neste episódio, o marinheiro que a acompanhava me olhou com olhos de fúria que faziam minha alma arder em pânico e desespero. Mas esta crônica virá em um futuro breve. (...)



No próximo capítulo mais tavernas serão apresentadas.
Aguardem.