segunda-feira, 17 de setembro de 2007

sexta-brêja...

Este final de semana foi algo indescritível. Juntamos vários amigos e fomos celebrar o viver, fomos brindar a vida (citando meu caro companheiro Heráclides). Fazia algum tempo que não nos víamos, eu, Heráclides e Heródites. Este semestre têm sido bastante cruel em matéria de tempo. Tempo está, ultimamente, sendo uma valiosa moeda de troca. Nós três estamos trabalhando em publicações que sairão em breve no mundo acadêmico etílico.

Pois bem, antes de rumar para a taverna árabe, tive que resgatar Arturius, pois sua carruagem tinha sido sequestrada pelos CANA-ãs, uma sociedade tribal cuja atividade característica é atrasar o lado de geral, véi.

Em uma mesa enorme conseguimos reunir Heráclides, Heródites, eu, Arturius Mineirus, Sir Lucius II (um nobre criador de CATILANGAS), João Paulo di Rocha (um velho amigo que sempre acompanhou o nosso trabalho) e duas ninfas cujos nomes não, aqui, aparecerão. A sacerdotisa hispânica foi chamada, porém, ela já havia se comprometido a prestigiar um ritual pagão dos Travecquistas.

A bebida sagrada foi trazida por um servo da taverna. Logo após a recitação, Arturius realizou um rito do mundo etílico antigo: o banho maltado, que consistia em embeber-se, de corpo (literalmente) e alma, no líquido sagrado. Este ritual simbolizava uma limpeza do "semblante da alma" (LACERDA, 534AC, p.517).

Presenciando este feito, citei um dos mestres etílicos do mundo antigo, Bililiu IV, em alto e bom som: "ÉÉ HOOOOJI KI EU MI ACAAAAAAABOOOO"!

Era certo de que a noite seria praticamente perfeita.

(este post cheio de citações é dedicado à Marconi, Lakatos e Vergara)


quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Intensidade


Está escrito: este será meu último cálice.
Depois de degustá-lo, estarei irremediavelmente morto.
Tal convicção há muito me persegue.

“Tramará o próprio fim?”, cogitarão os insensatos.
Os descrentes recorrerão à “fugacidade de um mau presságio”.
É certeza serena, das poucas que carrego.

Minha existência cessará quando o gole derradeiro
Banhar minha garganta e saciá-la.
Farei deste o mais solene de meus atos.

Convidarei grandes amigos à mesa.
Fitarei, demoradamente, semblante por semblante.
Ressuscitarei, em cada um, as mais doces memórias.

As mãos firmes. O cálice estendido.

O olhar erguido. A voz decidida.
— Amigos meus, vida minha, brindemos!