quinta-feira, 1 de abril de 2010

Heráclides, grande Heráclides.

Filósofo, companheiro de incursões, de trabalho, de peregrinações e da vida.

Todos que participaram de sua vida compartilharam vários momentos impagáveis, inexplicáveis e insubstituíveis. "Marcante". Acho que esta palavra o resume bem. Assim como "Companheiro". Heráclides se foi muito cedo, amargurando um espaço, um vácuo, um buraco na vida de todos que o conheceram. "Ôô filin, cê não podia ter ido agora!" seria algo que, em sua voz, eu diria. Mas ele foi. O que podemos fazer é, em sua memória, lembrar dos momentos bons que passamos com ele. Mas calma lá, amigos. Quem, algum dia, teve alguma memória ruim ao seu lado? Até nos momentos difíceis era bom estar do lado deste grande cretino! E, olhem, eu e outros passamos vários momentos de tensão e de crise junto a ele. E todas as memórias que tenho se resumiam em sarros, risos, bebedeiras e xingamentos ao ar, seguidos de mais risos. Heráclides era a vida em pessoa. Seu grande defeito era se doar demais, além do que seu corpo permitia. Mas era sua grande qualidade também. Era alguém com quem você sempre podia contar.

Heráclides, a cerva tá no congelador! Tô te esperando, mermão! Traz um salaminho que o limão e o azeite já tão aqui.
Heráclides, vamos tomar um choppinho? Vê dois chopps e dois kibes aí, garçom!
Heráclides, não vai furar o churras, rapá! Cê tá devendo!
Heráclides, vamos pro Farol de Alexandria munidos de cerveja e petiscos e filosofar até amanhã!
Heráclides, o condado de St. Thomas nos aguarda! Vai uma pinga de figuinho aí? Partiu, vamos ali no Nanau!
Heráclides, carái, a saga não terminou ainda!

Beberemos em teu nome para sempre, meu irmão.
Riremos, tiraremos sarro, xingaremos, gritaremos em teu nome para sempre, Heráclides. Você é uma saudade eterna. E esta saudade é do tamanho de uma praça vazia, numa tarde depois da chuva.

Foi um imenso prazer ter você por perto, Heráclides.
Só me arrependo de não ter, verbalmente, ter lhe dito isso. Mas os telefonemas de cobrança, as cervejinhas de final de semana, os emails de conversas filosóficas que se extendiam para sempre, os comentários em obras.. creio que você sabia!

Um imenso abraço, irmão!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Apocalipse

Sabe aquele dia em que tudo tá desarranjado? A vaca foi pro brejo, a casa caiu, o tempo fechou, a coisa ficou preta, o caldo entornou, o barraco desabou, o trem desandou de vez. Você olha pra cima, em sinal de súplica, e, boquiaberto, ouve:
— Nem vem, me deixa fora dessa!
Ao menor movimento para estabelecer aproximação com forças alternativas, o anfitrião lá embaixo dispara:
— Pô, cara, leva a mal não, mas tô ocupadão com uns supliciozinhos aqui.
Deixado de lado pelos céus e pelo Coisa-ruim em pessoa, resta somente a dura constatação:
— Agora lascou bonito!...

Meu amigo, minha amiga, nesses dias, o importante mesmo é serenar a mente, porque realmente a coisa tá feia pro seu lado.

Eis que este ser humano, humilde filósofo que ousa grafar estas vagas linhas, volta e meia se depara cercado em cenário tão fúnebre. Mas, recentemente, já não bastasse o fato de que o inferno seria fichinha diante de tanta bagaceira, aconteceu o inesperado, o improvável, o inominável — este, aliás, tem nome, sim. Na verdade, codinome: Lei Seca (Ouvem-se uivos, murmúrios por toda eternidade, ao se pronunciar este oráculo impronunciável... Doravante, referir-nos-emos a essa coisa simplesmente como LS).

E foi ela, temível LS, a culpada pela escassez do único antídoto para todos os males, aquele que proporciona calor mesmo no frio lascado, sabedoria diante de bobagens intermináveis, graça e beleza diante da feiúra inegável, aquele que põe o cara lá em cima mesmo quando ele se sente o pior dos vermes. Ele! O Líquido Sagrado! Óóóhhhh... (Nem adianta vir com a gracinha de que Líquido Sagrado também pode ser LS. É só não abreviar. O negócio é alongar, esticar: a noitada, a rodada de chopp... entende?).

Olha, tem gente por aí dizendo que isso só pode ser coisa do Maligno. Ele seria o responsável por trocadilho tão sem graça. Mas o próprio Cão-tinhoso, em nota oficial, negou ter qualquer envolvimento com o caso. Pois é, meu amigo-minha amiga, pelo visto, nem mesmo ele seria capaz de tamanha traquinagem.

“E o que fazer, então, óh!, Sabedoria Infinita?!”, bradam homens sedentos e mulheres desesperadas por um gole (mais precisamente, goles, e de preferência seguidos um do outro). “Como atravessaremos este vale de sofrimentos sem a abundância salvadora do Líquido Sagrado?!”.

Antiqüíssimos profetas previram estes dias sombrios: “Vejo um tempo de lamúrias”. — pausa, silêncio profundo... — “Um tempo de lamúrias sem fim! O Líquido Sagrado não estará presente nem no dia, nem na noitada, nem na madrugada de seres errantes e etílicos...”. Por fim, num tom de luz no fim do túnel, a voz rouca sentenciou: “Alcovas serão templos...”.


Foram séculos de longos estudos, desencontros de idéias, debates acalorados, empurra-empurra. Enfim, o enigma se desfez. “Alcovas serão templos”. Putz, é isso, cara! A adoração ao Líquido Sagrado acontecerá, de agora em diante, na moita! Mas, cuidado: se sair da moita cambaleando, os guardiões da LS vão chegar a ripa sem dó.

sábado, 26 de julho de 2008

revolta governamental ou caça às bruxas etílicas...

Há um tempo, o cenário sócio-etílico do reino Braziliense vem mudando de forma CABULOSA. As noites ficaram sem graça, os finais de semana XEXÉIS, os cultos praticamente inexistentes. Vivíamos em um mundo onde a biritinha nos happy hours, nos finais de semana SINISTROS, nas escapadas pras tavernas era fortemente cultuada e degustada. Hoje em dia, tudo mudou. Devido a um OTARIVS que, esvaziou a lata e encheu a fonte de ARTIGOS SINISTROS (TERRORES FILHO in PANORAMA SÓCIO-ECONÔMICO DO DF MEDIEVAL, 2006), ao guiar sua carruagem importada, CATOU uma outra carruagem causando, assim, a morte de 3 pessoas. Este indivíduo tinha AS COSTAS LARGAS e pouco se preocupou com as conseqüências cabíveis. Após o ocorrido, o senhor feudal MASTER, José Roberto Erva Cidreira aprovou a lei totalmente vacilística que proibia os estabelecimentos, onde o líquido dos líquidos era comercializado, de permanecerem abertos após as 22h.

Abaixo a transcrição da publicação da lei no risário oficial:

"Adentrum Organimus: Fica estabelecida então, por ordem do Governante das terras planalticas, José Roberto Erva Cidreira, que bebidas destiladas, por fim que sejam maltadas ou fermentadas, efêmeras ou zigotas, estão proibidas a partir das 22 horas. Quem achar ruim e quiser trocar um fight verbal, cola na Esparrada dos Sinistérios.

Governo do Distrito Feudal"


A repercussão foi digna de uma guerra civil somaliana: comerciantes, donos de tavernas, causadores de pânico etc, se juntaram e formaram o SABÃO (Sindicato dos Alcoólatras Bebedores Assíduos Organizados). A galerinha da birita ficou até animada ao saber que medidas estavam sendo tomadas para que geral pudesse encher a cara novamente. Porém, nada disso funcionou. A parada até piorou. E muito.

Aproveitando à seca que assolava o Distrito Feudal, os governantes resolveram apelar sinistro com neguinho:

"Adentrum - Malleus Maleficarum: Por ordem do Governante das terras planálticas, José Roberto Erva Cidreira, bebidas destiladas, maltadas, fermentadas, efêmeras, zigotas, cabulônicas, por fim que contenham árcol e deixem neguinho PSICVS, estão expressamente proibidas para neguinho que vai dirigir. A mistura carruagem e árcol se torna, portanto, utópica e passível de punição. Caso haja um flagrante, neguinho que estiver dirigindo arcoolizado, rodará forte na parada. Quem achar ruim, terá dois trabalhos: o de ficar putinho e o de desficar.

Governo do Distrito Feudal"

Essa medida governamental ficou conhecida como Ai-5 (Álcool Inexistencial).

No mesmo dia, o mestre etílico Hepaminondas "Sagaz" Poukphoda, correu para a Esparrada dos Sinistérios com 20 de seus seguidores pé inchados e organizou uma revolta cabulosa que, no final, não deu em merda nenhuma. Mas, quem estava perto disse que foi extremamente dahora ver neguinho apanhando dos CANA-ÃS.

Após isso, nosso destino estaria selado para sempre... O esquema agora era beber e dormir no casebre do companheiro de birita mais próximo.

Mas, Barnaberius Cinquenteiúm, um historiador etílico do alto escalão, teve uma visão em uma de suas lombras: o Deus Baco desceria do Monte Oslimpus e castigaria todos os que participaram dessa ofensa etílica e os mandaria para Hades-GO.

A espera é tudo o que nos resta.


É nóis.

domingo, 29 de junho de 2008

a peregrinação... (parte 3)

[...]

Chegando em Cruzilium nos deparamos com um clima ÁRIDO e até mesmo QUENTE PRA CARALHO. Isto contribuiu, de fato, para aumentar o mau humor dentre os viajantes das terras planálticas. Encontramos com Heródites e rumamos para o casebre de seus familiares. Cruzilium é uma cidade singular, como qualquer cidade de interior de Rinas Gerais; ladeiras, subidas, descidas, desníveis escrotos e cabulosos e mais um pouco de ladeiras faziam parte deste local. Chegando ao tão desejado casebre da família de Heródites, batemos aquele RANGÃO SINISTRO e CHAPAMOS OS COCOS (no sentido de dormir - estávamos sinistramente cansados).

Após o chapamento de cocos, levamos Arturius para um breve reconhecimento de terreno. Visitamos o clube de desportes de Cruzilium, onde ninfas locais banhavam-se à luz do dia praticamente seminuas e onde os nativos jogavam um TRUQUINHO sinistro. Arturius logo socializou-se com a GALERINHA e tratou de JOGAR uma PELADOSA com a rapeize, véi. Eu, como um completo SEDENTARIUM (termo que define o ser que NÃO FAZ PUERRA NENHUMA), fiquei só na fitação, de BUENAS.

Saímos do clube de desportes e fomos direto ao que interessava no momento: um RANGO CABULOSO (ou até mesmo um RANGO SINISTRO), pois estávamos devidamente BROCADOS. Passamos em uma tenda onde diziam vender os sanduíches mais CABULOSOS da quebrada. Descrentes, adentramos no recinto com a fome estampada em nossos semblantes. Fitamos o menu e logo escolhemos: "Por favor, ó donzela rangueira, me vê um X-Cruzilium". Ainda descrentes em relação ao mito dos RANGOS SINISTROS, esperamos o preparo da iguaria sul-riseira. Não esperamos muito até que fomos surpreendidos (pela velocidade e pela perfeição que o RANGO havia sido preparado): era, de fato, o sanduíche mais DO MAL que havíamos conhecido até então. E o melhor de tudo, era deveras barato, véi. Era um banquete compactado em apenas um sanduíche. Tudo o que se podia imaginar, estava lá, entre os pães.

Era quase impossível dar uma mordida no esquema. Era praticamente uma 8a maravilha do mundo antigo. O mito, finalmente, havia sido provado como verdadeiro: a parada era nervosa D+, fi.

Ao cair da noite, vimos que a noite Cruziliense era algo digno de ser lembrado por nossas mentes alcoólicas. Antes de ir à praça central de Cruzilium, fomos até a casa de um amigo de Heródites para prestigiar um culto regado a cana-de-açúcar destilada. A "mardita" (como era chamada), era degustada depois de uma reza e uma frase que, antigamente, fora entoada em coro "INGERIS CACHACIUM DENTRIS" (do Latim, ao pé da letra "TOMA CACHAÇA CARAI"). Olhamos um para o outro (eu e Arthurius) e pensamos "Psicus Lemma Est" (Neguim tá psico, véi). Esta galera sustentava um vício e um costume da época GALEROZÓICA, que consistia na virada do líquido incolor de Cana e depois, a virada do líquido sagrado. Para nós, isto era um pecado SINISTRO: misturar fermentados com destilados era COIDELOCO.

Fomos até a praça central e fizemos a melhor descoberta desta parte da viagem: a praça central era MUITÍSSIMO bem freqüentada. Com ninfas nas sacadas dando POUQUÍSSIMO MOLE, ninfas semi-embriagadas pelas ruas, esta praça nos fascinou muito. Antes de ir embora de lá, pensamos duas vezes.

Depois disso, fomos para uma casa de shows onde a quebração rolava solta D+, véi. Na verdade, a casa de shows parecia um estábulo, ou um galpão onde senhores feudais estocavam suprimentos para um inverno rigoroso. Resumindo: o esquema era SINISTRO. Com ninfas em abundância, nós logo tratamos de ingerir POUCO líquido sagrado. Arthurius deu PALAS no recinto e começou a filosofar sobre a realidade mulheril contemporânea, o que me espantou. Porém, como nós somos BROTHERS, engajei no papo e coloquei meu ponto de vista e passamos a noite debatendo sobre questões filosóficas e comportamentais que envolviam muito mais do que ninfas... abordamos também, por exemplo, FUTIBAS e CEVA.

Ficou muito tarde, estávamos cansados em demásia. Decidimos ir embora. Porém, Heródites estava clinicamente PSICOPATVS. Não queria ir embora NEM SOB PORRADA. Após uma demorada TROCAÇÃO de IDÉIA, o convencemos a RALAR PEITO. No caminho para o casebre de seus familiares, um amigo de Heródites insistiu em nos levar em sua carruagem. Amargamente, aceitamos. Porém, ele mudou o trajeto e fomos parar no pico da Grande Montanha Lombrada Escrota ("The Big Shitty Fucked Up Mountain" - tradução literal). Esta montanha era LONGE e ALTA PRA CARALHO. A galerinha marota também soltava BOMBAS BEM CASEIRAS neste local. O vento frio nos cortava e nos deixava num mau humor digno somente de argentinos ressacados em uma segunda-feira após perder uma PELADINHA para o Brazilis no domingo. Após inúmeras ameaças de descer a Montanha Lombrada à pé ou rolando, neguim decidiu atender às nossas súplicas e, então, vazamos.

Devo acrescentar que este sono foi um dos mais cabulosos que já tive. Dormimos como pedaços DE ROCHA.

Na manhã seguinte, começamos o trajeto até o Condado de Saint Thomas...

[...]

segunda-feira, 10 de março de 2008

a peregrinação... (parte 2)

[...]

Eu e Arturius iriamos encontrar Heródites na cidade que seus pais nasceram (Cruzilium). Esta cidade é conhecida por sua culinária exótica. Sanduíches que chegavam a matar a fome de gigantes. Mas nós achávamos que tudo era lenda. Mas para chegar em Cruzilium, mal sabíamos nós, que enfrentaríamos uma longa e árdua viagem de 10 (DEZ) horas.

Pois bem, de Araguarium pegamos uma caravana até Old Bay Wraba (outra cidade do Triângulo Riseiro). Esta parte da viagem foi marcada pela infelicidade que Arturius teve em perder seu monóculo enquanto lavava seu rosto após chegarmos em Old Bay Wraba. Após isso, Arturius parecia com Lampião, O sinistro do cangaço (0_o).

Com o mau humor instalado em nossas pessoas, esperamos um razoável tempo de 2 (DUAS) horas até que a próxima parte da viagem tivesse início. De Old Bay Wraba, pegamos outra caravana extremamente saculejante e SINISTRA até La Vras, mais ao centro do estado Riseiro. Na caravana, conheceríamos Sara, uma ninfa de São João Del Riso. Deliciosa, por sinal. E muito DAHORA, também. TROCAMOS IDÉIA o percurso todo. Porém, em alguns momentos, sentíamos uma nuvem pútrida de um cheiro ESCROTÃO que emanava de um dos empregados da caravana. E, para o azar e desespero de Sara, este sentaria ao lado dela. Em La Vras, percebi que algo estava errado. Meu ESTAMBO (modo arcaico de se referir ao estômago) estava praticamente um brejo sinistro. Talvez pelo fator saculejante da caravana que havíamos pego, ou então pelo fato de que estávamos extremamente cansados, ou então pelos dois mesmo. O saco tava cheio, já.

O fato é que, eu estava totalmente tonto e passível de GORFO. Adrentamos na retrôviária La Vrense e o ambiente já nos pareceu RISÍVEL. Enquanto eu procurava um estabelecimento onde são vendidas ERVAS DO BEM (para curar meu enjôo), um MALUCÃO de RODOVIÁRIA nos abordou. O peregrino disse ser de San Pablo e que CURTIA um DIABO RALADO. Trovou vários contos como um MALUCÃO de RODOVIÁRIA deveria fazer. Eu e Arturius apenas escutamos e rimos.

Às quatro horas da manhã, nossa caravana ainda não tinha chegado e meu estambo continuava SINISTRO. Duas horas depois, finalmente, nossa caravana havia chegado. Sem comer, sem banho, sem líquidos etílicos, seguimos viagem até 3 Figadões. Este trecho da viagem foi o mais SINISTRO: enjôo, dor de cabeça, incômodos físicos e psicológicos e NENHUM Plasil e NENHUM Dramin.

Depois de inúmeras e incontáveis horas, chegamos à 3 Figadões. Ao sair da caravana, percebi que o iminente viraria um fato consumado: um leve gorfo estava por vir. Sentei-me em uma das cadeiras da retrôviária e.. Bem, GORFEI D+. E, por ironia do destino, na retrôviária de 3 Figadões, consegui encontrar o elixir da vida: DRAMINS. Logo depois da situação mais incômoda, traumatizante e CABULOSA que poderia ter passado nesta viagem, encontrei a cura. Comprei água e DRAMINS para poder voltar a ser gente. Decidimos então que, iríamos direto para Cruzilium, sem passar pelas inúmeras cidadezinhas malditas que o Sul de Rinas possui. O problema é que, daríamos a volta por uma estrada castigada pelo tempo. Mais buracos, mais pânico. Mas eram só duas horas a mais neste inferno que durava já cerca de oito horas. Como dizem "o que é um peido pra quem já está cagado?" ou então "tá no inferno, abraça o capeta!". Abraçamos o capeta. Compramos as passagens e rumamos para Cruzilium. Mas desta vez, fui esperto e logo tratei de tomar um Dramin para FICAR DE BOA e não sofrer o mesmo destino gorfante neste trecho.

No meio do caminho, Arturius estava na FISSA pra dar AQUELA MIJADA. E, antes que ele regasse a paisagem, em movimento, chegamos a uma pequena cidade BOSTA chamada Sohbrodinho. A cidade era composta por: praça, igreja, mercadinho, uma única rua e seres SINISTROS. Lá, Arturius pode satisfazer sua vontade bexigal.

Mais uma hora de viagem, chegamos finalmente a Cruzilium. Contabilizando 10 (DEZ... eu disse DEZ, caraio) horas de viagem até o destino.

[...]

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

a peregrinação... (parte 1)

Leitores,

devo elucidá-los em relação à maneira que os futuros posts funcionarão.
Devido a imensa quantidade de aventuras etílicas vividas pelos filósofos peregrinos, os posts destinados ao fim do ano serão divididos em partes e em pontos de vista.

Pois bem. Minha jornada começou com uma visita à terra natal de Arturius Mineirus. Araguarius, terra conhecida pela beleza das ninfas nativas. Eu, como um grande cético, achei que esta fama era somente uma lenda. Algo que os nativos tratavam de contar para os outros no intuito de exaltar sua terra (a qual é conhecida, entre os anciãos, por Böstadiaraguarius), cuja localização é dentro do Triângulo Riseiro.

Na manhã do dia 21 de Dezembro, eu, Arturius e seu primo, rumamos para Araguarius para passar o natal. Fomos em uma carruagem com cavalos gauleses. Depois de algumas horas de viagem, chegamos ao nosso destino. Com um aroma agradabilíssimo logo na entrada, a cidade nos deu as boas vindas. Neste momento entendi o significado do seu outro nome (Böstadiaraguarius).

À primeira vista, Araguarius não passava de uma cidade pacata, com praças públicas onde trovadores, ninfas nativas e forasteiros passavam a maior parte do tempo devido à FALTA DOQUIFA. Porém, não devemos julgar um livro pela capa. Eu e Arturius adentramos em uma taverna para BATER AQUELE RANGO SINISTRO. Nesta taverna, já tive uma revelação digna de seres DIVINOS: Araguarius era realmente uma cidade abençoada no que se tratava de ninfas nativas. Comecei a prestar atenção nas beldades que transitavam pela taverna e fora dela. Uma perplexidade chocante (um pleonasmo totalmente válido, neste caso) tomou conta da minha pessoa. Araguarius era realmente SINISTRA. ALTAS GATAS CABULOSAS perambulavam pela cidade em pleno luz do dia. Depois do choque, anotei em meu diário de viagem: "visitar Araguarius mais vezes".

Pois bem, fomos para a casa da família de Arturius, onde a comida era farta e apímentada. Depois de guardar nossos pertences, Arturius e eu fomos perambular pela cidade para apreciar a vista (das ninfas, logicamente).

Depois de conhecer a cidade, já à noite, saímos para tavernas MUITO BEM freqüentadas (pelas ninfas, logicamente!).

Visitamos o Salinas e o República, duas tavernas onde até o mais FILHA DA PUTA dos seres iria CURTIR. Meu coração se apertava pelas ninfas morenas, ruivas, loiras e japonesas desta cidade. Anotei em meu diário de viagem "Araguarius é O CANAL".

No outro dia conheci o BOSQUE. O bosque é um local onde BOMBAS BEM CASEIRAS de "diabo ralado" (Limão, 2007, in: etilicamente falando) são devidamente estouradas pela GALERINHA MAROTA. Lá existem animais silvestres e animais ESCROTOS que, ao se sentirem ameaçados, perseguem e tentam agredir crianças indefesas. Ao visitá-lo (o BOSQUE) me senti no meio da selva. Uma aura de SINISTREZA tomava conta do lugar.

A família de Arturius é seguidora do modo de vida etílico. Ao visitá-los, logo me senti em casa. Com uma canção rancheira ao fundo, o local era apropriadíssimo para honrar os deuses e os antepassados etílicos (Ô vida de cão!).

Depois de muitas visitas às tavernas, casas da família de Arturius e praças, fomos à festa mais SINISTRA do final do ano: Noelfilia. Meus amigos, queridos leitores, esta festa foi o cúmulo. Este que vos fala ficou extasiado; em alpha. A quantidade de belas ninfas era absurdamente inacreditável. Nada visto antes por estes olhos. A indignação TAVA SINISTRA. Pensei comigo mesmo "É HOJE, MANÉ!". Porém, cometi um dos pecados etílicos: misturei fermentados com destilados. E ainda fui enganado: enquanto pensava que tomava uma autêntica vodka russa, estava na verdade tomando ZULU EVOLUTION 96°.

Algo dentro de mim queria sair.

Eu estava clinicamente PSICO. Mas não de um jeito bom. Meu semblante estava SINISTRAMENTE abalado. Achei que era o fim das aventuras etílicas em Araguarius.

Amigos, devo admitir: MENINEI. Ingeri água para FICAR DE BOA.
Quando finalmente FIQUEI DE BOA estomacalmente falando, a festa já se encontrava DE FINAL.

Resultado: a passagem em Araguarius se encerrou com um um quase PT e um autêntico ZERO a ZERO.

Mas, como diria o grande filósofo contemporâneo, o Rappá: valeu a pena (ê, ê).

[...]

(continua)

sábado, 15 de dezembro de 2007

esta foi a última gota do ano...

É dezembro. Transição entre o final de uma etapa e o começo de outra. Tempo de comemorar, celebrar, afogar mágoas e perdoar. É tempo de reviravoltas, revoltas e outras coisas mais. É tempo de mudar, crescer e melhorar. É tempo de criar, inovar e inventar. É tempo de resistir, existir, de aparecer e desaparecer. É tempo de viajar, peregrinar e perambular. É tempo de encher a cara, esvaziar a lata e perceber que não importa se o copo estava metade vazio ou metade cheio, o importante é se a metade era de líquido sagrado ou não. É tempo de reatar velhas amizades, começar novas amizades e mandar os peregrinos vacilões, que merecem, para aquele canto onde ninguém nunca quer ir.

Acima de tudo, é tempo de desfrutar das boas coisas da vida, superando as não-tão-boas. Pois tudo na vida é baseado em superação; obstáculos, situações difíceis, problemas sinistros e seres que se tornam felizes por fornicarem com a vida dos outros.

Aqui ficam registrados nossos votos de serenidade, tranquilidade, insanidade, paz, saúde, regeneração de fígado, cerveja gelada, risos, bebedeiras, filosofagens e muito dinheiro (para financiar as futuras idas às tavernas) para os leitores do Etilicamente Falando (e para quem não é leitor também)!

Espero que as leituras tenham proporcionado momentos agradáveis a vocês. Ano que vem postaremos mais aventuras etílicas dos três filósofos, também, etílicos, já que nós três iremos peregrinar para a terra natal de Heródites, o condado de Saint Thomas. Voltaremos renovados ou debilitados!

Um grande abraço e um brinde à vida, à virada do ano e à nós todos!

domingo, 21 de outubro de 2007

sábbătum psicum...

Era uma noite de sábado. Estava insuportavelmente quente. Nossas gargantas CLAMAVAM pelo líquido dos líquidos. Eu, Hipócrates, estava em meu casebre quando fui contactado por um pombo-correio às pressas. O pombo-correio carregava uma nota dos meus companheiros, Heráclides e Heródites. Nesta nota estava escrito "ESTAMOS TOMANDO UMAS. VEM PRA TAVERNA ÁRABE, CARAI". Para lá rumei.

Chegando no recinto, Heráclides e Heródites já estavam levemente alterados pela euforia de prestigiar uma noite quente regada ao líquido sagrado. O ambiente estava propício para uma ZUERA. Ao me sentar na mesa, já recebi o banho maltado pelo meu querido amigo Heráclides. Ali presente, também estava uma velha amiga merovíngia que era conhecida por uma bonita combinação de coloração capilar do MAGENTA (60) com AMARELO (100); seu nome é Helloise (com "e" mudo). Uma pena, mas, nossa amiga foi embora cedíssimo. Também recebemos uma visita relámpago de João Paulo di Rocha, que contribuiu para o acréscimo da conta de garrafas de líquido sagrado.

Realizamos uma tradição característica do sudeste chamada "
GARGANTUS PVC". Esta, consiste em: se alguém da mesa fizer a pergunta "Digulim ou digulão?", todos são obrigados a encher seus cálices e imediatamente virá-los goela abaixo, a fim de ficar MASSA (estado, o qual, todos atingiram com facilidade).

Depois de vários barris do líquido dourado, decidimos passar na Bladder para ver como estava o clima. No caminho para a Bladder, fizemos serenatas: cantamos felizes e contentes debaixo das sacadas que apareciam pela frente. Mineirus estava lá, entornando vários cálices, como de praxe. Ele nos disse que ia visitar a TOCHA QUE NUNCA APAGA (esplanada, véi) e então nos despedimos.

Fomos, com a minha carruagem, em uma casa de ninfas chamada Sabostash, onde algumas amigas estavam com Sir Lucius II (que aparentemente está largando a criação de CATILANGAS). No caminho para a casa de ninfas, aproveitando nosso estado etílico, cantamos mais ainda, até nos exaurirmos fisicamente.

Ao chegar lá, ficamos conversando do lado de fora com nossos companheiros, até que um membro da tribo Kabasso abordou uma de nossas amigas que, para despistá-lo, agarrou firme em Heráclides. O Kabasso quis tirar satisfação, mas ficou sem graça do tanto que era cabaço.

Após o término do stress, fomos para longe da entrada da Sabostash, onde estavam paradas nossas carruagens. A carruagem de Sir Lucius II encontrava-se arriada, o que nos rendeu um esforço absurdo, pois tivemos que a empurrar. Sugerimos a ele fazer uma CHUPETINHA, mas Sir Lucius II não tinha O CABO, sua carruagem era EUNUCA.

Conversamos até UMAS HORA, o que foi importante para poder conseguir voltar para os nossos humildes casebres, pois NEGUIM TAVA clinicamente PSICO (do latim PSICUM) (1).

Após isso, deixei Heráclides e Heródites em seus respectivos casebres e rumei para o meu lar. Chegando em meu quarto, estava sóbrio. Olhei para um lado, olhei para o outro e falei "É HOOOOJI KI EU MI ACAAAAAAAAAABOOOOO". Abri mais uma, entornei e depois dormi como um bebê.

É nóis, véi.

(1) estado o qual só é atingido após uma bebedeira SINISTRA.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

sexta-brêja...

Este final de semana foi algo indescritível. Juntamos vários amigos e fomos celebrar o viver, fomos brindar a vida (citando meu caro companheiro Heráclides). Fazia algum tempo que não nos víamos, eu, Heráclides e Heródites. Este semestre têm sido bastante cruel em matéria de tempo. Tempo está, ultimamente, sendo uma valiosa moeda de troca. Nós três estamos trabalhando em publicações que sairão em breve no mundo acadêmico etílico.

Pois bem, antes de rumar para a taverna árabe, tive que resgatar Arturius, pois sua carruagem tinha sido sequestrada pelos CANA-ãs, uma sociedade tribal cuja atividade característica é atrasar o lado de geral, véi.

Em uma mesa enorme conseguimos reunir Heráclides, Heródites, eu, Arturius Mineirus, Sir Lucius II (um nobre criador de CATILANGAS), João Paulo di Rocha (um velho amigo que sempre acompanhou o nosso trabalho) e duas ninfas cujos nomes não, aqui, aparecerão. A sacerdotisa hispânica foi chamada, porém, ela já havia se comprometido a prestigiar um ritual pagão dos Travecquistas.

A bebida sagrada foi trazida por um servo da taverna. Logo após a recitação, Arturius realizou um rito do mundo etílico antigo: o banho maltado, que consistia em embeber-se, de corpo (literalmente) e alma, no líquido sagrado. Este ritual simbolizava uma limpeza do "semblante da alma" (LACERDA, 534AC, p.517).

Presenciando este feito, citei um dos mestres etílicos do mundo antigo, Bililiu IV, em alto e bom som: "ÉÉ HOOOOJI KI EU MI ACAAAAAAABOOOO"!

Era certo de que a noite seria praticamente perfeita.

(este post cheio de citações é dedicado à Marconi, Lakatos e Vergara)


quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Intensidade


Está escrito: este será meu último cálice.
Depois de degustá-lo, estarei irremediavelmente morto.
Tal convicção há muito me persegue.

“Tramará o próprio fim?”, cogitarão os insensatos.
Os descrentes recorrerão à “fugacidade de um mau presságio”.
É certeza serena, das poucas que carrego.

Minha existência cessará quando o gole derradeiro
Banhar minha garganta e saciá-la.
Farei deste o mais solene de meus atos.

Convidarei grandes amigos à mesa.
Fitarei, demoradamente, semblante por semblante.
Ressuscitarei, em cada um, as mais doces memórias.

As mãos firmes. O cálice estendido.

O olhar erguido. A voz decidida.
— Amigos meus, vida minha, brindemos!